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Platô: sertão que foi mar

2017

 

Platô, sertão que foi mar. Cerrado baixo. Solo árido de areia quartzo. Natureza monumental de um quase deserto, Jalapão/Tocantins. Lugar onde as mudanças climáticas e atmosféricas facilmente projetam temperaturas acima da casa dos 40 graus. A série promove encontros com territórios inóspitos. Céu de azul mar. Cheiro de terra. Pedra. Poeira. Tempo que se dá noutro ritmo. Quando a fotografia não deseja representar, nem explicar nada, o que ela provoca? A série nos convida a sentir a intensidade de cada imagem. Um ver atravessado pelo afeto, pela memória, pelo sensível. Um exercício de olhar que suspende o tempo e possibilita vaguear os olhos sem pressa, como gesto de interrupção. Linguagem aberta que contradiz a vontade de arquivar ou documentar algo. Fissuras, desdobramentos de viagens que mais ficcionalizam a vida do que a afirmam realidades. E se as imagens forem tomadas para novas composições e inventos? A potência fotográfica é justamente criar narrativas, deslocar pensamentos, fazer sonhar. Imaginemos mais! Tomemos as fotografias como territórios de passagens (des)contínuos, que buscam poéticas em cenários extremos. O que nos punge (perguntaria Barthes)? Linhas bucólicas, matizes de alaranjado, chapadões de areia, sertão. O que nos move?

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